Pular para o conteúdo principal

Correio técnico: Rodízio de pneu, faz sentido ou não?

A quantidade de gente que apoia um rodízio deve se igualar àquela que é contra. Não só quando se fala em trânsito e em restrições à circulação nas grandes cidades, mas também quando o rodízio proposto é o de pneus. Unanimidade no passado, hoje há vários profissionais do setor que desaconselham a mudança da posição das rodas durante o uso, como mostrou o levantamento que fizemos com montadoras e fornecedoras de pneus. Depois de ouvir todas as partes, a conclusão é que, quando possível, o recurso é uma boa ideia, inclusive com o estepe dentro do processo.
Das 18 marcas consultadas, apenas duas são contrárias ao rodízio: BMW e Renault. A empresa alemã explica que os pneus do eixo traseiro e do dianteiro de seus carros são quase sempre diferentes e isso realmente impede o procedimento. Mas a Renault alega ser mais seguro comprar dois pneus novos sempre que os do eixo dianteiro (de tração) acabarem. Segundo a marca, as duas unidades novas devem ir para o eixo traseiro, transferindo os que estavam ali para a dianteira. De certo modo, não deixa de ser um tipo de rodízio, só que mais simples.
Das 16 marcas que recomendam o rodízio, seis incluem o estepe no processo quando ele tem a mesma medida dos demais: Hyundai, Kia, Peugeot, Toyota, Chery e JAC. Mas por que elas defendem essa bandeira? Afinal, todas as marcas oferecem os modelos que têm os mesmos recursos de segurança, como controles de tração e ABS, sistemas que eventualmente poderiam ser afetados por pneus em condições diferentes.
Economia e segurança
Então vamos começar com os defensores. Segundo a maioria das seis fabricantes de pneus que consultamos, a primeira razão para fazer o rodízio com o estepe, sempre que isso for possível, é garantir que haja um desgaste por igual dos cinco pneus. “Nós sempre recomendamos o rodízio, de preferência a cada 5000 km”, afirma Vinícius Sá, gerente de pneus de passeio da Goodyear Brasil. Mas também a maioria das marcas admite a mudança das rodas a cada revisão, ou seja, no máximo de 10 000 em 10 000 km. “Nos carros em que o estepe é igual ao das outras rodas, coloca-se esse quinto pneu para rodar a partir dos 10 000 km, na traseira ou na frente, em qualquer um dos lados. O uso desse pneu estica a vida de todo o conjunto em 20%”, diz Milton Araujo, Gerente de Serviços ao Cliente da Continental Pneus.
Na verdade, o argumento da economia da borracha depende do ponto de vista: de fato, o conjunto todo dura 20% a mais, mas ao fim do processo o proprietário do veículo terá de comprar cinco pneus novos em vez de quatro. Ou seja, exatamente a economia que foi feita durante o uso.
Portanto, o argumento mais relevante mesmo é o da segurança. Comprar apenas dois pneus novos para substituir os dois que gastaram mais (geralmente os do eixo de tração) deixa sempre um desequilíbrio entre as rodas. Rodízio seria uma questão de segurança, porque todos os pneus ficam com desgaste muito parecido.
Três novos, um gasto
Agora é a vez do pessoal que é contra a inclusão do estepe. Segundo eles, o maior problema é que a cada rodízio sempre haverá três pneus gastos em conjunto com um quarto menos rodado (o que estava guardado no porta-malas). E isso gera um desequilíbrio, nesse caso não só entre os eixos como também entre os lados direito e esquerdo. Os defensores, porém, rebatem dizendo que basta fazer a mudança das rodas aos 5 000 km para amenizar o problema. Mas é bom lembrar que isso apenas reduz a diferença, não a elimina.
Há ainda outro argumento da turma do contra: o estepe, mesmo que seja igual aos demais, não foi feito para rodar, mas sim para garantir que o motorista chegue com segurança a algum lugar em que possa consertar ou substituir o pneu avariado. Porém, contra essa tese está o risco de envelhecimento da borracha. “É para evitar isso que recomendamos que se use o estepe nos rodízios”, diz Flávio Santana, engenheiro de campo e gerente de produtos da Michelin. “O pneu sem uso passa do estado elástico, conseguido com a vulcanização da borracha, para o plástico, no qual ele quebra com mais facilidade. É um processo lento: o pneu mantém suas características básicas em média por cinco anos”, diz Renato Baroli, gerente sênior de marketing e vendas da Dunlop.
Sentido de rodagem
Também se diz que o estepe atrapalharia o rodízio, no qual o pneu deve ter um sentido de rodagem. Mas isso é mito, da época do pneu diagonal. Não importa o sentido, já que a estrutura sofre esforços nos dois sentidos, devido às acelerações e frenagens. Santana, da Michelin, confirma a informação: “Só há restrição de sentido de rodagem nas bandas de rodagem assimétricas, com esculturas pré-determinadas para facilitar a drenagem da água”. Essa, aliás, é outra polêmica em torno do rodízio. Há quem diga que ele tem de ser feito em paralelo, ou seja, as rodas da frente vão para trás e vice-versa, mas mantendo-as sempre no mesmo lado. Outros afirmam que só os carros de tração dianteira devem fazer rodízio em paralelo. Outros, que carros de tração traseira têm de fazer rodízio em X ou cruzado (dianteiro esquerdo vai para a traseira direita e vice-versa).
A verdade é que se deve seguir a recomendação da montadora, que vem expressa no manual do proprietário do carro, já que o sentido de rodízio pode ser diferente em modelos da mesma montadora. Caso não haja menção sobre o sentido, guie-se pelo desgaste da banda de rodagem. Se for uniforme, tanto faz o rodízio em paralelo ou em X. Se for mais acentuado nos pneus de um lado, cruzá-los é a melhor opção para equilibrar o jogo.
FIM DO ESTEPE
Em pouco tempo, a dúvida de incluir o estepe no rodízio deve desaparecer por uma questão básica: a versão com as mesmas medidas dos outros quatroestá com os dias contados. “Estepe fininho é tendência mundial. Ele libera espaço no porta-malas e reduz o peso total do veículo. O monitoramento de pressão é outra coisa que está cada vez mais presente e que também ajuda a eliminar o estepe”, explica Milton Araujo, da Continental. O modelo run flat, que roda sem ar a até 80 km/h por uma distância de 80 km, é outra ameaça ao estepe.
O QUE DIZ CADA MARCA
Fazer ou não fazer o rodízio?
Sim, sem estepe: Audi, Chevrolet, Chrysler, Fiat, Ford, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, Volkswagen, Volvo
Sim, com estepe (quando tiver a mesma media dos outros pneus): Chery, Hyundai, Kia, JAC, Peugeot, Toyota (exceto Corolla)
Não indicao rodízio: BMW, Renault

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

Agricultura familiar conectada

  #Agrishow2022euaqui - A revolução tecnológica demorou a chegar, mas finalmente começou a transformar a vida do pequeno agricultor familiar brasileiro. Com o surgimento das foodtechs, aliado ao aumento da confiança na compra on-line de alimentos e na maior busca por comidas saudáveis por parte do consumidor, o produtor de frutas, legumes e verduras (FLV) orgânicos começa a operar em um novo modelo de negócio: deixa de depender dos intermediários — do mercadinho do bairro aos hipermercados ­— e passa a se conectar diretamente ao consumidor final via e-commerce. Os benefícios são muitos, entre eles uma remuneração mais justa, fruto do acesso direto a um mercado que, segundo a Associação de Promoção da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), movimentou R$ 5,8 bilhões em 2021, 30% a mais do que o ano anterior, e que não para de crescer. DIRETO DA LAVOURA A LivUp é uma das foodtechs que está tornando essa aproximação possível. Fundada em 2016, a startup iniciou a trajetória comercializa

Veja os 50 carros mais vendidos do Brasil em abril de 2024

O Brasil vendeu  207.204 carros novos de passeio e comerciais leves  em abril de 2024, representando um avanço de  37,6%  em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando 150.591 unidades foram emplacadas. Os dados foram divulgados pela consultoria Jato do Brasil.  O  Volkswagen Polo   voltou a ser o carro mais emplacado do país, vendendo  12.434  unidades. Em segundo lugar, surge a picape compacta  Fiat Strada , com   11.497 . Por fim, o  Chevrolet Onix   é o terceiro carro mais vendido de abril, com   9.087   licenciamentos. O  BYD Dolphin Mini  não apenas manteve o posto de carro elétrico mais vendido do Brasil como bateu um recorde histórico no segmento. O hatch emplacou  3.143 unidades , superando modelos tradicionais do mercado, como  Toyota Corolla ,  Peugeot 208  e  Citroën C3 .  Confira os 50 carros mais vendidos do Brasil em abril de 2024: Modelo Unidades vendidas 1°) Volkswagen Polo 12.434 2°) Fiat Strada 11.497 3°) Chevrolet Onix 9.087 4°) Fiat Argo 8.599 5°) Hyundai HB

Invasões do MST chegam a 24 áreas em 10 Estados e no DF

24 propriedades já foram invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 11 estados do país durante o chamado Abril Vermelho, segundo dados divulgados na manhã desta terça (16) pelo grupo. As ocupações começaram ainda no fim de semana e, de acordo com o movimento, devem se estender até sexta (19) na Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. Além das invasões, o grupo promoveu outras seis ações diversas como montagem de acampamentos em alguns estados, assembleias e manifestações. As ações ocorrem mesmo após o  anúncio de um programa do governo federal para a reforma agrária que vai destinar R$ 520 milhões  para a compra de propriedades ainda neste ano para assentar cerca de 70 mil famílias do movimento. Entre os estados que tiveram invasões a propriedades estão Pernambuco – com a terceira ocupação de uma área da Embrapa –, Sergipe, Paraná, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, entre outros. “Até o momento, a Jornada contabiliza a realização de 30 aç

Agrishow começa oficialmente hoje em Ribeirão Preto/SP

Ao longo dos cinco dias, são esperadas 200 mil pessoas e um movimento em negócios em torno dos R$ 13 bilhões de reais   Começou hoje (29/4) em Ribeirão Preto/SP, a 29ª dição da Agrishow, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola. A cerimônia oficial de abertura foi realizada no domingo, no parque de exposições do evento, localizado na Rodovia Prefeito Dante Nogueira, e contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; da senadora e ex-ministra Tereza Cristina, entre outras autoridades do setor e parlamentares da bancada ruralista. A feira encontra neste ano um cenário desafiador, já que o agronegócio tem sofrido com a queda nos preços das commodities e as quebras de safra causadas pelo El Niño, o que deve diminuir as vendas. Ao longo dos cinco dias, são esperadas 200 mil pessoas e um movimento em negócios em torno dos R$ 13 bilhões de reais

Agrishow - Melhores momentos - 1ºdia (29/04)

  Créditos: Agrishow 2024/https://www.youtube.com/watch?v=BgBYzXahRLo Agrishow Feira

Veja imagens de novo trem da BYD que circulará no Metrô de São Paulo

O primeiro trem da Linha 17-Ouro, encomendado pelo Metrô de São Paulo à multinacional chinesa BYD, foi entregue na cidade de Guang’an, na China, onde foi fabricado. As imagens divulgadas pelo Governo de São Paulo mostram parte de um lote composto por 14 unidades, previstas para chegar ao Porto de Santos em julho deste ano, por navio. De acordo com o cronograma estabelecido, o segundo trem está programado para chegar ainda em 2026, enquanto os demais serão entregues gradativamente ao longo de 2025. A entrega gradual acompanha o planejamento do Metrô de concluir a obra bruta da Linha 17-Ouro no mesmo ano. Apesar disso, a abertura oficial da linha para o público está agendada apenas para 2026. A Linha 17-Ouro, em reconstrução desde setembro do ano passado, conectará o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos, beneficiando aproximadamente 100 mil passageiros diariamente.  Os trens de monotrilho serão compostos por cinco carros interligados, equipados com sistema de ar-cond

Alckmin abre Agrishow sem público para evitar passar vergonha por causa de Bolsonaro; Entenda

  Na cerimônia de abertura da Agrishow deste ano, que foi um evento exclusivo para a imprensa e expositores, o vice-presidente Geraldo Alckimin, acompanhado dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), ressaltou as ações governamentais para o setor agrícola. No entanto, optou por não comentar sobre a inauguração da feira sem a presença do público. Segundo informações do site O Antagonista, Alckimin mencionou uma linha de financiamento para pesquisa, desenvolvimento e inovação com taxa de juros de TR mais 4%. Ele também recordou a proposta da lei de depreciação acelerada e a criação da LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento), que oferece condições especiais de Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas. Além disso, destacou os 3,5 bilhões de reais de crédito do governo para iniciativas de descarbonização da frota brasileira. O vice-presidente afirmou: “Met

Chuvas afetam 114 municípios e deixam ao menos 10 mortos no RS

  Balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul no fim da tarde desta quarta-feira (1º) revela que 114 cidades gaúchas foram atingidas pelas fortes chuvas que afetam o estado desde segunda-feira (29). Ao menos dez mortes foram confirmadas. Outras 11 pessoas estão feridas. Ao todo, 19.110 pessoas foram afetadas em solo gaúcho por ocorrências como enchentes, deslizamentos de terra, transbordamento de rios e desabamentos. O último balanço mostra que 3.416 indivíduos estão desalojados e 1.072 estão em abrigos. Do total de dez mortes, duas ocorreram em Paverama e duas em Salvador do Sul. Os outros municípios que registraram vítimas fatais foram Pântano Grande, Itaara, Encantado, Segredo, Santa Maria e Santa Cruz do Sul. Há ainda 21 pessoas desaparecidas, sendo oito em candelária, seis em Encantado, quatro em Roca Sales, duas em São Vendelino e uma em Passa Sete. Os locais mais afetados pelos temporais são a região central do estado e os vales do Caí e do Taquari. Segundo o Instit

Governador Eduardo Leite decreta estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul

  Edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) da noite dessa quarta-feira (1°) publicou o Decreto 57.596, que “declara estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul afetado pelos eventos climáticos de chuvas intensas ocorridos a partir de 24 de abril de 2024”. O decreto destaca que o Rio Grande do Sul é atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III – caracterizados por danos e prejuízos elevados. Os eventos meteorológicos ocasionaram “danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas”, descreve o decreto assinado pelo governador Eduardo Leite. Com a entrada em vigor, fica decretado que órgãos e entidades da administração pública estadual, observadas suas competências, prestarão apoi