Os nadadores Gunnar Bentz e Jack Conger, atletas da delegação dos EUA na Rio-2016, foram impedidos pela Polícia Federal (PF) de deixarem o Brasil na noite desta quarta-feira (17).
"Podemos confirmar que Jack Conger e Gunnar Bentz foram retirados do seu voo para os Estados Unidos pelas autoridades brasileiros", disse um porta-voz do Comitê dos EUA, Patrick Sandusky. "Estamos atrás de mais informações", completou.
Gunnar Bentz e Jack Conger estavam entre os quatro nadadores dos EUA que foram supostamente assaltados na madrugada do último domingo (14). Além deles, Jimmy Feigen e Ryan Lochte estavam num táxi que, segundo afirmaram à Polícia Civil, foi parado por uma falsa blitz.
Em depoimento, eles afirmaram aos investigadores da Delegacia Especial de Apoio ao Turista que tiveram dinheiro e carteira roubados quando voltavam de uma festa em direção à Vila Olímpica. Enquanto Jimmy Feigen afirmou tratar-se de um assaltante, Lochte disse que havia mais de um homem. Ambos relataram que foram abordados por um assaltante que portava um distintivo policial. Até o momento, a Polícia não conseguiu localizar o referido taxista.
Aos investigadores do caso, Lochte ainda afirmou que eles pegaram um segundo táxi após o assalto, mas não explicou como conseguiu pagá-lo. A Polícia também teve acesso ao vídeo que mostra o momento em que os quatro chegam à Vila dos Atletas.
Na manhã desta quarta, a Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão dos passaportes dos nadadores norte-americanos Ryan Lochte e James Feigen, expedido pela Justiça. Os policiais, no entanto, não conseguiram cumprir os mandados, visto que nenhum dos dois estava no local.
O repórter Matt Lauer, da rede de TV americana NBC, afirma ter conversado com Lochte, que negou ter inventado a história. "Ele decididamente negou isso. Disse que não é o caso", afirmou o jornalista. "Eu não inventaria uma história assim, nem os outros. De fato, todos nós sentimos que isso cria uma imagem ruim de nós", disse o nadador, segundo Laurer.
Ainda de acordo com a NBC, Feigen ainda está no Brasil. O nadador fez um check in online, mas não apareceu no aeroporto por haver a ordem judicial do confisco do passaporte.
O mandado foi expedido dois dias depois de Lochte ter ido embora do Brasil. Segundo a Polícia Federal, ele "deixou o país em voo comercial com destino aos Estados Unidos no dia 15/8"
A justificativa da Justiça da busca e apreensão dos passaportes dos nadadores americanos é a possibilidade de eles terem cometido o delito de comunicação falsa de crime, que tem pena prevista de um a seis meses de detenção e multa.
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