Greve acabou diz sindicato,mas combustíveis continua em falta
FONTE FOLHA
Três sindicatos que representam caminhoneiros autônomos de São Paulo informaram na noite desta quarta-feira que a greve acabou e a regularização do abastecimento de postos vai acontecer. Os sindicatos dizem que o abastecimento pode levar de três a quatro dias para normalizar, caso a prefeitura libere temporariamente a entrega do produto em qualquer horário e qualquer via. Caso contrário, a situação pode levar até dez dias para voltar ao normal.
Porém, eles dizem que isso só vai ocorrer se a Polícia Militar garantir a segurança dos caminhões que saem das bases de distribuição de combustíveis, no Ipiranga, zona sul de SP, e nos municípios de Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul, na Grande SP.
Na noite desta quinta-feira, a Folha acompanhou a saída de quarenta motoristas grevistas que permaneciam no centro de distribuição da Petrobras no bairro do Ipiranga. Eles decidiram voltar ao trabalho.
Os sindicatos que entraram em acordo são o Sindicam, o Sinditanque e Abccam. Eles disseram que estão atendendo à determinação da Justiça para não prejudicar a sociedade.
A multa diária pelo descumprimento da decisão, cobrada do sindicato, é de R$ 1 milhão.
O Sindicam, que encabeçou a paralisação, disse que não tem relação com os atos de violência que aconteceram durante a paralisação, e acredita haver "desconhecidos sem nenhum vínculo com a entidade" infiltrados com intuito de causar danos aos veículos.
A categoria informou também que ainda colocará "viaturas identificadas da entidade" para percorrer os centros de distribuição de combustíveis, para evitar incidentes e orientar profissionais que trabalham com combustível.
Com o desabastecimento de diversos postos, estabelecimentos que ainda têm o produto aproveitam para subir os preços. Em um posto em Santana, zona norte, o valor da gasolina comum passou de R$ 2,79 o litro para R$ 4,49. A gasolina aditivada chegou a R$ 4,99.
Na manhã de hoje, frentistas de dois postos foram presos sob suspeita de venderem álcool e gasolina a um preço muito acima do praticado ontem (6). Até o fim da manhã, o Procon já havia recebido 34 denúncias de aumento abusivo no preço de combustíveis em São Paulo.
Ontem, o Procon já tinha alertado para a possibilidade de aumentos abusivos do valor da gasolina e do álcool, e por isso orienta o motorista a exigir nota fiscal quando abastecer. O consumidor que tiver dúvidas ou quiser fazer uma reclamação deve ligar para o número 51.
Os gerentes de nove postos de combustíveis foram presos nesta quarta-feira em São Paulo sob suspeita de estarem vendendo álcool e gasolina a um preço muito acima do praticado ontem (6).PRISÕES
Eles foram levados ao DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) e devem responder por crime contra a economia popular. Os nove prestaram depoimento e foram liberados em seguida. A pena para esse crime é de até dois anos de prisão.
Os donos dos estabelecimentos também vão responder, já que determinaram o aumento.
Até a noite de hoje o Procon já havia recebido 178 denúncias sobre postos que estavam praticando preços acima do normal. O órgão ainda não tem o balanço de quantos estabelecimentos foram autuados.
Arte/Folhapress | ||
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