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Morgan Stanley aponta o Brasil mais frágil entre os países emergentes



A vulnerabilidade dos países emergentes volta a ser tema para os investidores internacionais, e o Brasil aparece na análise do banco Morgan Stanley como o mais frágil dentre os grandes emergentes. Vários bancos têm emitido alertas sobre as economias que enfrentam problemas internos e dependem de dinheiro estrangeiro. A recente disparada do dólar é um sinal do fenômeno. O novo grupo sob o foco do mercado se parece muito com os "cinco frágeis" de 2013 e conta, além do Brasil, com a África do Sul, Indonésia, México e Turquia.
Economistas apontam que alguns dos grandes países em desenvolvimento enfrentam um novo momento econômico delicado em meio a uma onda de incerteza e maior vulnerabilidade. O grupo tem como pano de fundo quatro elementos principais: o dólar forte e expectativa de alta do juro nos Estados Unidos; o aumento excessivo do endividamento do setor privado; a expectativa de desaceleração na China; e a falta de reformas estruturais domésticas.
"O momento da deflação diminuiu e todas as economias do G-3 - Estados Unidos, Europa e Japão - estão mostrando uma guinada em direção ao crescimento. Como resultado, os rendimentos da dívida dos EUA e o dólar estão subindo. Essa é uma combinação que pode ser difícil de ser lidada pelas economias emergentes", dizem os analistas Manoj Pradhan e Patryk Drozdzik, do Morgan Stanley.
Em Londres, os economistas do banco citam que cinco países estão no grupo dos mais vulneráveis: Brasil, Indonésia, México, África do Sul e Turquia - nessa ordem. "Nosso mapeamento dos fundamentos indica países onde a exposição ao exterior é maior e nós pedimos atenção especial para o Brasil", destacam.
Em Paris, o banco Societé Generale listou um grupo parecido: Brasil, México, Turquia e África do Sul. No grupo, o banco aponta o real brasileiro e também o peso mexicano como os mais vulneráveis à subida do dólar e do juro nos EUA. Em Zurique, o chefe de investimento global do UBS, Mark Haefele, divulgou análise coincidente e cita Brasil, Indonésia, África do Sul e Turquia como os países mais vulneráveis.
O Brasil é, por enquanto, o país que mais sofreu com essa nova onda de desconfiança, e o real é a moeda do grupo dos vulneráveis que mais caiu. Apenas em março, o dólar ficou 9,35% mais caro em relação à moeda brasileira. Entre as demais economias, a divisa dos EUA subiu 5,9% na África do Sul, 4,7% na Turquia, 4,4% no México e 2% na Indonésia. No ano, a alta chega a 17% no Brasil e a 13% na Turquia.
Analistas dizem que o Brasil parece mais frágil porque, além dos fatores externos comuns ao grupo, a situação interna é ainda mais complicada. Em Estocolmo, o banco SEB resumiu o quadro ao afirmar que a "caixa de Pandora" foi aberta no Brasil. "A tendência de queda do real continuará diante do fraco crescimento econômico, expectativa de juro maior nos EUA, aperto na política fiscal e monetária, risco de racionamento elétrico e rebaixamento de rating, corrupção e preocupação sobre a capacidade do governo de consolidar as contas públicas, além da maior seca em 80 anos", resume a analista Louise Valentin.
Esse alinhamento de problemas também é apontado pelo Morgan Stanley. "O Brasil parece ser a única economia que recebe influência dos três elementos de contágio aos emergentes", dizem os economistas. Os três fatores são: alta do juro nos EUA, desaceleração da China e os problemas internos.
Cinco frágeis
A lista citada pelos três bancos europeus é bem semelhante à vista em meados de 2013, quando o mesmo Morgan Stanley cunhou a expressão "cinco frágeis" para Turquia, Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia. A única diferença atual é a saída da Índia e a substituição pelo México.
Quando o termo "cinco frágeis" surgiu, o governo brasileiro reagiu com veemência e rechaçou o título com uma série de dados e explicações. Ontem, procurado, o Ministério da Fazenda preferiu não comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Para mercado, Brasil deve ter rebaixamento
O mercado financeiro está se preparando para o anúncio de um rebaixamento da classificação de risco soberano brasileiro no curto prazo por uma das três principais agências internacionais de rating. Mas, por enquanto, investidores e analistas não estão embutindo nas suas apostas para os preços dos ativos brasileiros que o Brasil vá perder em 2015 o status de grau de investimento que as agências de rating ainda atribuem na classificação de risco soberano do País.
 
Todavia, mesmo sem perder o grau de investimento, uma piora na avaliação de risco soberano neste ano vai afetar negativamente o ambiente em relação à economia brasileira em meio a uma crise política entre Executivo e Legislativo, além de uma conjuntura de inflação em alta e projeção de queda no Produto Interno Bruto (PIB).
Já está embutido nos preços do dólar, das ações em Bolsa e dos juros futuros um corte da nota pela agência Moody’s. Também se espera um rebaixamento do outlook (ou perspectiva) pela Fitch Ratings, o que seria o primeiro passo para uma redução da nota soberana. Essa piora na nota pela Moody?s e do outlook pela Fitch deve acontecer nos próximos dois meses, segundo a expectativa de algumas fontes.
A agência Standard & Poor’s (S&P) atribui a nota mais baixa ao rating soberano do Brasil: BBB- com perspectiva estável. Um novo corte jogaria a classificação de risco brasileira para a categoria de grau especulativo. A Fitch Ratings avalia o Brasil com nota BBB e perspectiva estável. Já a Moody’s tem uma avaliação do crédito brasileiro num patamar semelhante a da Fitch, atribuindo classificação Baa2, mas tem uma perspectiva negativa. Nessas duas agências, mesmo que o país caia um degrau, ainda permanecerá como grau de investimento.
Assim, o que preocupa realmente o governo Dilma Rousseff é a perda do grau de investimento pela S&P, o que poderia reduzir o fluxo de capital para o País, além de tornar mais caro o financiamento externo pelo governo e pelas empresas brasileiros. No entanto, uma piora na avaliação pela Moody’s e Fitch vai tornar mais difícil a recuperação da confiança na economia brasileira.
Sinais
A Moody’s vem dando sinais de que um rebaixamento está por vir, especialmente depois que cortou a classificação de risco da Petrobrás, retirando da estatal o status de grau de investimento. Em relatório divulgado na segunda-feira, 9, a agência disse que as investigações de corrupção na Petrobrás podem afetar negativamente várias áreas dos setores público e privado do Brasil, e que o governo estaria inclinado a dar suporte financeiro à estatal.
Segundo fontes, os representantes da S&P, após visita ao Brasil na semana passada, se mostraram mais pacientes com o País. Já estava nos cálculos da S&P a dificuldade que o governo teria para conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso, abrindo espaço para concessões no tamanho do corte de gastos que a equipe econômica está propondo para atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano.
Nesta semana é a vez de representantes da Fitch Ratings se encontrarem com autoridades brasileiras no Ministério da Fazenda, do Banco Central e de outras esferas do governo.
O que ainda não está embutido na avaliação das três agências de rating é uma agenda negativa do Congresso como reflexo da crise política deflagrada após a divulgação da lista de parlamentares a serem investigados no âmbito da Operação Lava Jato.
Essa agenda negativa no Congresso não se restringe apenas a possíveis derrotas do governo das medidas do ajuste fiscal, mas principalmente a aprovação de projetos contrários ao interesse do governo e que representem aumento de gastos permanentes, como, por exemplo, a votação de uma política permanente de reajuste do salário mínimo e a extensão dessa política para os aposentados e pensionistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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