Greve na Chery pode acabar, empresa e Sindicato dos Metalúrgicos de SJC chegaram a uma proposta de acordo
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Chery chegaram a uma proposta de acordo, nesta quarta-feira, dia 6, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho – 15ª. Região, em Campinas. O resultado será submetido à assembleia dos trabalhadores, nesta quinta-feira, em horário ainda não definido.
Após um mês de greve dos trabalhadores, a montadora chinesa concordou em acatar cerca de 50 cláusulas já praticadas pela General Motors e Sinfavea (Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares). Entre essas cláusulas está a estabilidade no emprego para os trabalhadores portadores de doenças ocupacionais (cláusula 40). Este era um dos pontos que sofriam maior resistência por parte da Chery.
A Chery também concordou em reajustar o piso de R$ 1.199 para R$ 1.850 (retroativo a 1º de abril) , estender o convênio médico para os familiares dos trabalhadores (a empresa pagará 35% do valor), redução gradual da jornada de trabalho de 44h para 42 horas semanais, data-base em setembro, fim da cobrança das refeições e estabilidade de 90 dias para todos os trabalhadores.
Além disso, empresa e Sindicato darão início às discussões sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS) e fim da terceirização irregular na fábrica. Dos 30 dias de paralisação, os trabalhadores terão de compensar apenas quatro.
A greve dos metalúrgicos da Chery começou no dia 6 de abril para pressionar a empresa a acatar as normas coletivas de trabalho do setor automotivo. Esta foi uma das greves mais longas da região nos últimos 20 anos.
Os pontos em que não houve acordo irão para julgamento no Tribunal, em data ainda não definida. A empresa não concordou, por exemplo, em estender o reajuste do piso para todas as faixas salariais, inclusive administrativo. A empresa propõe apenas 15% de reajuste, enquanto o piso será reajustado em 54%. Do quadro total de funcionários da Chery, 70% recebem o piso.
A fábrica possui 470 trabalhadores e produz o carro Celer. Neste período de paralisação, cerca de 500 veículos deixaram de ser produzidos.
“A força da greve e a união dos trabalhadores possibilitaram arrancar da empresa parte importante das nossas reivindicações. Esta luta já é histórica e serve de exemplo para todos os trabalhadores. Mas é claro que ainda há conquistas a serem alcançadas, portanto vamos nos manter mobilizados”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
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