Mesmo sem tradição na política, legenda venceu em todos os 39 municípios na eleição presidencial, elegeu uma deputada estadual e foi o segundo partido mais votado na região entre todos os candidatos a deputado estadual
A pauta conservadora foi a mais bem sucedida no primeiro turno das eleições no Vale do Paraíba.
O partido PSL de Jair Bolsonaro derrubou a hegemonia do PSDB e a vice-liderança do PT na região e abocanhou 58,71% dos votos para presidente na RMVale, quando o eleitor podia escolher entre 13 opções.
Na eleição para governador de São Paulo, com 12 postulantes ao cargo, o candidato tucano João Doria (PSDB) venceu com 37,61% dos votos na região, mas bem abaixo do índice dos bolsonaristas.
O feito se repetiu nas votações para deputado estadual e deputado federal, com vitória maciça de candidatos do PSL na região: Janaina Paschoal e Eduardo Bolsonaro, respectivamente.
Os eleitores da região elegeram três candidatos com reduto eleitoral no Vale e dois com ligação eventual com a região.
Para a Assembleia Legislativa de São Paulo, Letícia Aguiar (PSL), de São José, e Sérgio Victor (Novo), de Taubaté, serão os representantes da região a partir de 1º de janeiro de 2019. Eles receberam 60,9 mil e 29,9 mil votos, respectivamente.
O deputado federal Eduardo Cury (PSDB), de São José, conseguiu se reeleger com 94,2 mil votos.
Outros dois candidatos ligados ao Vale, mas sem atuação política na região, se elegeram para a Câmara: Roberto Alves (PRB), que nasceu em Taubaté e atua na região de Campinas, e Milton Vieira (PRB), que tem casa em São José.
Deputados como Padre Afonso Lobato (PV) e Hélio Nishimoto (PSDB) não conseguiram se reeleger, apesar da intensa militância no Vale do Paraíba. Os seis vereadores de São José que disputaram para deputado também perderam.
'Eleição foi a do voto em pessoas, e não em partidos', esclarece cientista política
A cientista Social e Política Dora Soares vê na ascensão do fenômeno Jair Bolsonaro (PSL) e de seus correligionários a descrença do eleitor com os partidos de um modo geral, e de uma forma mais grave nas legendas tradicionais, como PSDB e PT.
Para ela, o voto foi muito mais em pessoas do que nos partidos. Posturas conservadoras venceram as ideias. "Votaram em pessoas, e não em partidos. Todos que apoiaram o Bolsonaro se deram bem".
Para Dora, o discurso do candidato do PSL não é questionado por seus militantes, ainda que seja carregado de truculência e preconceito. "É uma pessoa da qual não se cobra coerência, lógica ou propostas e governo. Nenhuma ilegalidade dele é questionada".
PSL conquista vaga na Assembleia; tucanos não elegem estadual
O PSL elegeu Letícia Aguiar, de São José dos Campos, para a Assembleia Legislativa de São Paulo e ainda teve a segunda maior votação entre todos os candidatos a deputado estadual com reduto eleitoral na região. A legenda obteve 86,2 mil votos para cinco candidaturas.
Com seis candidatos da região em disputa para deputado estadual, o PSDB foi o mais votado no Vale na eleição para a Assembleia Legislativa, com 127,3 mil votos. O partido não elegeu nenhum deputado estadual. O PT foi a 4ª maior votação, com 55,7 mil votos em três candidaturas.
fonte: O Vale
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