Trabalhadores da GM (General Motors), de Säo José dos Campos, já aposentados ou que estão em vias de se aposentar podem virar ‘moeda de troca’ entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos. Eles estudarão uma forma de antecipar a aposentadoria de funcionários para evitar a demissão de outros trabalhadores.
Pelo acordo firmado sábado com o sindicato, e aprovado pelos trabalhadores, a GM pode demitir cerca de 600 funcionários após o lay-off (suspensäo do contrato de trabalho), que foi prorrogado por mais dois meses.
“Precisamos conversar com esse pessoal”, disse Antônio Ferreira de Barros, presidente do sindicato, sobre a possibilidade de permutar 'aposentados' por trabalhadores que ainda precisam muitos anos de contribuição para ser aposentado pela Previdência Social na lista de corte que será elaborada pela empresa.
Acordo.
Os funcionários da General Motors em São José dos Campos aprovaram, em assembleias realizadas ontem, o acordo fechado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos no último sábado, após um ano de indecisão. Neste terça-feira, cerca de 750 funcionários entram em férias coletivas.
Os 16 itens da proposta foram aprovados, entre eles a manutenção da produção do Classic em São José até dezembro deste ano e um pacote de investimentos de R$ 500 milhões até 2017.
Atrelado ao investimento, a GM
garante o nível de emprego no setor MVA até dezembro de 2013 e um ano a
mais nas demais divisões do complexo industrial de São José. Porém, a estabilidade não
inclui os 759 trabalhadores que estão com o contrato de trabalho
suspenso (lay-off) desde 27 de agosto de 2012. Eles tiveram a suspensão estendida para mais dois meses e poderão ser demitidos após esse período.
Salário menor.
Porém, as futuras novas contratações terão um piso salarial mais baixo, de R$ 1.800, conforme foi aprovado no acordo estabelecido entre sindicato e a GM. A montadora também poderá flexibilizar a jornada de trabalho no caso de oscilação na produção.
Porém, as futuras novas contratações terão um piso salarial mais baixo, de R$ 1.800, conforme foi aprovado no acordo estabelecido entre sindicato e a GM. A montadora também poderá flexibilizar a jornada de trabalho no caso de oscilação na produção.
Na
prática, isso já começa a ocorrer. A partir de hoje, os trabalhadores
do MVA que não estão em lay-off entraram em férias coletivas até 14 de
fevereiro. Todos eles trabalham na produção do Classic, que será
reorganizada. Do total em lay-off, 150 têm
estabilidade por serem trabalhadores lesionados. Os demais receberão, se
demitidos, três meses a mais de salário. Quem optar por pedir demissão a
partir de hoje receberá cinco salários e os direitos trabalhistas.
Novos carros.
Na avaliação do sindicato, o acordo ficou no meio do caminho entre o que defendia a entidade e o que pretendia a GM, que admitiu o fechamento do complexo em São José caso não se chegasse a um entendimento.
Novos carros.
Na avaliação do sindicato, o acordo ficou no meio do caminho entre o que defendia a entidade e o que pretendia a GM, que admitiu o fechamento do complexo em São José caso não se chegasse a um entendimento.
Para Antônio Ferreira de
Barros, o ‘Macapá’, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
José, a ‘briga’ agora será para a vinda de novos carros para a fábrica. “Lutar pelos empregos
significa batalhar para trazer novos projetos para São José. A fábrica
não fecha com novos carros na linha de produção”, disse.
No sábado, Luiz Moan, diretor
de Relações Institucionais da GM e responsável pelas negociações,
afirmou que a empresa fará uma oferta de novos modelos para a planta de
São José “em breve”, e que isso poderá trazer de volta o nível de
produção na cidade.
Tranquilidade.
A aprovação do acordo aplacou um pouco a angústia na qual viviam os metalúrgicos da GM, que temiam pelo pior: o fechamento do complexo de São José. Ontem, nas assembleias realizadas na portaria da empresa, às 5h30 e 14h30, o clima era de serenidade, bem diferente do estado de tensão dos últimos seis meses, quando a crise se agravou.
A aprovação do acordo aplacou um pouco a angústia na qual viviam os metalúrgicos da GM, que temiam pelo pior: o fechamento do complexo de São José. Ontem, nas assembleias realizadas na portaria da empresa, às 5h30 e 14h30, o clima era de serenidade, bem diferente do estado de tensão dos últimos seis meses, quando a crise se agravou.
“Acho que o sindicato acertou
em fazer o acordo. O pessoal já está bem mais tranquilo na linha de
produção. Quem esperava o pior está respirando aliviado”, afirmou José
Antônio dos Santos, 44 anos, trabalhador da GM.
Outro metalúrgico, que está no
grupo do lay-off e que pediu para não ser identificado, disse que o
acordo “acalma a tensão dentro e fora da fábrica”. “Na verdade, a gente já estava
esperando a demissão, mas o acordo trouxe benefícios e deu um tempo
para pensar na vida fora da GM.” Com a aprovação do acordo,
advogados da GM e do sindicato redigirão o texto que será assinado pelas
partes, com validade de dois anos.
GM recusa rodízio de lay-off
Uma das propostas recusadas pela GM na negociação de sábado, segundo sindicalistas, foi a de fazer um rodízio com trabalhadores de São José em lay-off para evitar demissões na fábrica. O grupo de 759 metalúrgicos que está com o contrato de trabalho suspenso desde agosto de 2012 teve a medida estendida por mais dois meses. Depois disso, eles poderão ser demitidos.
Uma das propostas recusadas pela GM na negociação de sábado, segundo sindicalistas, foi a de fazer um rodízio com trabalhadores de São José em lay-off para evitar demissões na fábrica. O grupo de 759 metalúrgicos que está com o contrato de trabalho suspenso desde agosto de 2012 teve a medida estendida por mais dois meses. Depois disso, eles poderão ser demitidos.
Sindicato vai reunir funcionário afastado
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São José irá reunir, na próxima quinta-feira, os trabalhadores da GM
que estão com o contrato de trabalho suspenso (lay-off) desde 27 de
agosto do ano passado. Eles estão sendo convocados para participar de
uma assembleia, na sede da entidade, no centro de São José, para
discutir o acordo com a GM. Hoje, 759 funcionários estão em lay-off.
“Não é o acordo que nós
queríamos, mas também não é aquele que a GM queria aprovar. Desde o
começo, a empresa queria demitir os trabalhadores. Isso a gente
conseguiu evitar. A luta continua”
Antonio Ferreira de Barros, Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José
“Garantimos o nível de emprego no período de produção do Classic \[em São José\]. O investimento não é baixo. Mas o mais importante é colocar a cidade na rota dos investimentos”
Luiz Moan, diretor de Relações Institucionais da GM
http://www.ovale.com.br/brasil/aposentado-pode-virar-moeda-de-troca-na-gm-1.375296
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