Os trabalhadores da Empresas Randon, exceto os que atuam na Fras-le e na Randon Veículos, devem deliberar na semana que vem se aceitam proposta de flexibilização de jornada feita pela companhia. A intenção é que em agosto, setembro e outubro os funcionários tenham semana de quatro dias.
De acordo com Vanderlei Novello, diretor corporativo de recursos humanos da Randon, a proposta foi formulada como forma de evitar demissões, pois as medidas adotadas até então mostraram-se insuficientes para minimizar os impactos da instabilidade de mercado. Cita, dentre elas, redução de investimentos, negociações com fornecedores, férias e congelamento de contratações visando à redução de despesas: “O esforço está concentrado na retomada da atividade, tendo como prioridade a preservação dos empregos”.
Na visão da diretoria da Empresas Randon a instabilidade do mercado nacional no primeiro semestre deve se aprofundar nos próximos meses. A proposta da empresa é que sejam descontados dos salários 50% dos dias parados. Para ser colocada em prática é preciso aprovação por 62% dos funcionários.
Dados atualizados pelo Simecs, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, apontam para redução de 15,44% no faturamento das empresas no primeiro semestre sobre igual período do ano passado. O mercado de trabalho do setor registra o fechamento de 1 mil 478 vagas no semestre, das quais 982 em junho.
As dificuldades do setor começam a ganhar maior visibilidade. Na semana passada os duzentos trabalhadores da Tomé Indústria de Auto Peças, fundição de componentes automotivos, paralisaram atividades por três dias cobrando o pagamento de salários de junho. Também manifestaram solidariedade a 55 trabalhadores demitidos e que não haviam recebido os direitos rescisórios. De acordo com Luís Carlos Ferreira, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa estaria com patrimônio bloqueado e tratando de tornar viável processo de recuperação judicial.
O Grupo Voges, que tem como uma das de suas operações o fornecimento de fundidos para o setor automotivo, demitiu 180 funcionários sem quitar os valores das rescisões. A empresa se encontra em recuperação judicial desde o ano passado. Os trabalhadores foram buscar auxílio na Câmara de Vereadores para tentar uma solução para o caso junto à direção da empresa, que alega estar sem recursos para o pagamento.
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