Protestos, o Brasil mostra a sua cara em BH e Salvador: Manifestação continua mesmo nesse sábado nas capitais
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 37 e a Copa do Mundo foram os principais temas de protestos realizados nesta sábado (22) nas principais capitais do país. Houve registros de confrontos e atos de vandalismo em Belo Horizonte, onde ocorreu a maior manifestação de hoje, e em Salvador, palco do duelo entre Brasil e Itália pela Copa das Confederações.
Belo Horizonte
Na capital mineira, os manifestantes se concentraram na praça Sete de Setembro, no centro, e saíram por volta de 13h30 em passeata até os arredores do Mineirão, onde México e Japão se enfrentaram pela Copa das Confederações.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 125 mil pessoas participaram do protesto, cujas motivações principais foram a PEC 37 --proposta que limita o poder de investigação do Ministério Público e deve ser votada em julho no Congresso-- e os gastos com a Copa do Mundo. Militantes LGBT e professores também integraram o protesto. A manifestação ocorreu de forma pacífica até as proximidades do estádio, quando a PM e a Força Nacional de Segurança entraram em confronto com os manifestantes. De acordo com o coronel Carvalho, comandante da PM, havia um acordo com as lideranças para que a marcha passasse pela avenida Antônio Carlos e seguisse para a lagoa da Pampulha. Porém, algumas pessoas tentaram romper o cordão de isolamento jogando pedras e outros objetos, segundo a polícia, o que deu início ao confronto.
"Desta vez, se foi uma minoria que começou, ela conseguiu comover boa parte dos manifestantes. O conflito foi generalizado", afirmou o comandante, antes de citar que vários litros de gasolina usados para fabricação de coquetel molotov foram apreendidos.
A situação ficou ainda pior quando parte do público presente no protesto se dirigiu para a avenida Abrahao Caram, e a polícia disparou mais de 20 bombas para dispersar os manifestantes. Um membro da cavalaria se feriu com uma das bombas e foi levado para o hospital.
Entre os prédios depredados no meio da confusão estava um edifício da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Alguns manifestantes invadiram uma área da universidade e roubaram mudas de árvores de um projeto de reflorestamento para montar barricadas. Além disso, concessionárias da Hyundai e da Kia Motors tiveram seus vidros e móveis totalmente destruídos.
Pelo menos quatro policiais e 12 manifestantes ficaram feridos e cinco pessoas foram presas após confronto entre policiais e manifestantes na região da Pampulha.
À noite, houve quebra-quebra também na praça Sete de Setembro, onde lojas e bancos foram depredados e saqueados. O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão, informou que 22 pessoas já foram presas até o momento após os confrontos em Belo Horizonte. Segundo Brandão, estão em curso investigações para tentar identificar os autores de vandalismo para instaurar inquéritos policiais.
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