CRISE EM SJC: Ex-executivo da GM e hoje consultor de mercado para o setor, André Beer considera a atual crise uma das piores da história da empresa
Ex-executivo da GM e hoje consultor de mercado para o setor, André Beer considera a atual crise uma das piores da história da empresa desde a sua instalação em São José, na década de 50. Ele compara as atuais divergências entre montadora e sindicato com o episódio de 1985 que ficou conhecida como ‘chiqueirinho’.
Na época, Beer viu de perto um grupo de metalúrgicos manter funcionários presos durante três dias em uma área cercada no pátio do complexo.
A ocupação ocorreu quatro dias depois da morte do presidente Tancredo Neves, quando a GM divulgou uma lista de 93 demissões por justa causa. Ao todo, foram 30 dias de greve e 17 de ocupação.
“Fizeram o diabo. Na época, sofri muito com o radicalismo do sindicato. Lamento muito tudo o que está acontecendo”, disse Beer, que foi vice-presidente da GM e trabalhou durante 50 anos na empresa.
A ocupação só terminou após reintegração determinada pela Justiça e ajuda da PM. Não houve feridos. Para Beer, o sindicato precisa mudar a mentalidade. O grupo que lidera hoje a entidade é o mesmo de 1985, com mudanças apenas na presidência. “Os funcionários precisam se unir e dizer que a fábrica é deles e não do sindicato. Eles (sindicato) não podem fazer o que querem.”
Relação. O consultor ainda disse que a relação entre empresa e sindicato sempre foi conflituosa. Para ele, não há como a montadora manter funcionários ociosos. “Essas pessoas acabam se tornando problemas para a empresa.”
http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/fracassa-tentativa-de-acordo-para-manter-empregos-na-gm-1.370617
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