Protestos RJ: Manifestantes arromba a porta de entrada da frente da Câmara Municipal na Cinelândia, e confronto com a polícia é inevitável
Um grupo de manifestantes arrombou a porta de entrada da frente da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, pouco antes das 22h. A polícia militar conseguiu, através do uso de spray de pimenta, fechar o portão novamente, mas os participantes do protesto só foram retirados de dentro do prédio perto das 23 horas. Os manifestantes agora se dirigem à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), pela segunda vez no dia.
Enquanto a Câmara estava cercada pela PM, um policial ferido deixou o local. Com sangue no rosto, levava a mão à boca. Membros do grupo bateram boca com a PM, houve conflito que envolveu pedras sendo lançadas. Um manifestante chegou a ser ferido na cabeça e foi socorrido por enfermeiros voluntários. Os manifestantes passaram a jogar bombas do tipo "cabeção de nego" na porta. Elas são em represália a um policial que atirava com uma arma de choque. Antes disso, perto das 21h, cerca de 15 indivíduos já tinham conseguido furar o cordão e entrar no edifício. Ao menos três deles apareceram em uma das janelas da Câmara.
Os protestos haviam sido pacíficos ao longo do dia. Manifestantes correram da Alerj em direção à Câmara, a cerca de 600 metros de distância. Um pequeno grupo, que chegou antes dos policiais, entrou por uma porta lateral. A polícia cercou o prédio, formando um cordão de isolamento para impedir a entrada de mais manifestantes.
A ação do grupo surpreendeu os policiais que desde cedo acompanhavam o ato público. Os manifestantes gritam "deixem passar a revolta popular". Aproximadamente 100 deles utilizam a tática do "black bloc" e lideraram a movimentação pela cidade. Ao invés de andar pelas ruas, eles optaram por correr, fazendo com que a polícia tenha que correr junto para acompanhar o protesto.
Lucas Vettorazzo/Folhapress | ||
Manifestantes protestam em frente à Alerj, no centro do Rio de Janeiro |
Na Alerj, o grupo ficou por cerca de uma hora, na escadaria, sem que houvesse atos de violência. Antes disso, tinham ido ao Ministério Público Estadual e entregaram reivindicações ao procurador-geral de Justiça do Rio.
Um grande contingente de policiais acompanhava a manifestação e revistavam mochilas. Eles possuíam apenas cassetetes --não tinham capacetes, bombas ou escudos-- e não intervieram no protesto.
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