A USP diz lamentar o fato de que uma estudante não pôde embarcar em um voo internacional devido a uma piada sobre terrorismo feita por seu pai, mas afirmou que a jovem deve arcar com custos da passagem, que havia sido bancada pela universidade no valor de R$ 5.393
Thaís Buratto da Silva, 24, que acabou de concluir o curso de gestão ambiental pela USP, iria pegar o voo 922 da Qatar Airways, no domingo (25), com destino a Bali, na Indonésia, com escala em Doha, no Qatar. Buratto apresentaria seu trabalho de conclusão de curso no 6º Congresso anual da "Parceria dos Serviços Ecossistêmicos".O valor total da passagem, com taxas, foi de R$ 6.030, mas a USP pagou apenas pelo valor de R$ 5.393. O restante foi pago pela jovem.
Ela já cursou todas as disciplinas e assim que colar grau, estará oficialmente formada. O fato de a viagem não ter ocorrido não impede a conclusão da graduação.
Segundo ela, após responder a um questionário anterior ao check-in sobre suas bagagens, seu pai, Renato Camargo da Silva, 55, teria dito em tom jocoso "que bom que não acharam que você era terrorista".
Após a piada, os dois foram retirados da fila e informados por funcionários da companhia de que ela não poderia embarcar devido a motivos de segurança.
Jorge Boueri, diretor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades afirmou ser lamentável que "a burocracia, ainda no século 21 atrapalhe o desenvolvimento científico, cultural e social".
A nota da unidade de ensino, entretanto, afirma que "de acordo com o edital [que financiou a viagem], todos os alunos selecionados devem prestar contas apresentando o certificado de participação nas atividades no exterior. Caso a aluna não participe do Congresso, deverá arcar com os custos das passagens."
Thaís afirma que irá procurar a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para registrar o caso e tentará registrar boletim de ocorrência na polícia alegando constrangimento ilegal e calúnia. "Achei desproporcional", afirma o pai da jovem. "Eu não entendi a reação, foi completamente despropositada."
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