A patrulha asséptica ataca novamente, a atriz Nanda Costa, capa da Playboy que acaba de chegar às bancas
A patrulha asséptica ataca novamente. A patrulha da cera negra espanhola não perdoa a atriz Nanda Costa, capa da Playboy que acaba de chegar às bancas.
Nanda, quantos mistérios no seu belo bosque!
A talentosíssima atriz veio às páginas como aparece no “Febre do Rato”, filme dirigido por Claudio Assis. Falo em matéria de zona da mata.
A moça já bate, na cabeluda polêmica, Claudia Ohana -posou ainda em tempos pré-internéticos, 1985- e Vera Fischer, em 2.000, quando o tricô na rede ainda não tinha a força e a palavra pêlo ainda tinha acento.
Ah, esses moços, pobres moços, caro e chegado Lupicinio!, com nojinho de pelos pubianos. Como pode, amigo?
Sempre no combate à patrulha, relanço agora um velho libelo:
Pela Amazônia Legal das Moças.
Contra o desmatamento total das glebas. A não ser na primavera, para renovar a flora e fazer uma surpresa para um moço novo, ou uma nova moça, na sua vida.
Por uma política pubiana sustentável, apenas aparável, jamais beirando o semi-árido e as miragens do deserto.
Contra os desenhozinhos cabulosos. Este campo sagrado não é grama de arena futebolística para tais experimentações estéticas.
Lembre-se, Lola, do quadro “L’Origine du monde” (1866), sim, a origem do mundo, obra do realista Gustave Coubert.
Contra a devastação da cera negra espanhola e todas as outras técnicas colonizadoras que molestem as lolitas ou as lindas afilhadas de Balzac.
Por uma relva fresca todas as manhãs. Uma relva molhada pelos desejos noturnos e inconscientes. Uhn, aquele cheiro da aragem divina.
Contra o mundo limpinho que decreta o fim dos pelos púbicos. Sou da turma do contra. Por uma razão simples: sexo sem pelo (de tudo) não é sexo.
Tudo bem, o estilo consagrado na “Playboy” da Claudia Ohana pode ter datado, mas a falta total de pelo infantiliza muito o enlace amoroso.
Só há maldade e erotismo nos pelos.
A depilação 100% sempre funcionou muito bem como um fetiche provisório, um presentinho ocasional ao amado. Não deve ser permanente como a revolução de Mao Tse Tung.
Onde estão o Greenpeace, o S.O.S. Mata Atlântica e todas as ONGs que não berram contra essa chacina ecológica.
Pela Amazônia Legal das Moças e os seus lindos estuários do desejo latente.
Pela exploração táctil e oral do relevo, das reentrâncias, dos riachinhos que deságuam nos mares nunca dantes. Todos os mistérios guardados além muito além dos pelos.
Contra os trocadilhos para dar nomes às casas de molestamentos depilatórios. “Pelo menos”, “Muito pelo ao contrário”, “Pelos melhor não tê-los” etc.
Contra o sexo limpinho. Contra a corrida para o banho depois do gozo.
A favor de guardar o cheiro dela na barba, o dia inteiro, o que aliviará as dores do mundo no passeio do cavaleiro pelas calçadas.
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