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Agrishow 2019: Matéria-prima do campo vira produto artesanal premiado e ganha mercados

Cachaça artesanal é vendida na Agrishow 2019, em Ribeirão Preto, SP — Foto: Laura Scarpelini/G1

Cachaça artesanal é vendida na Agrishow 2019, em Ribeirão Preto, SP — Foto: Laura Scarpelini/G1

Animado e otimista, Marcio Leandro Rosa, de 45 anos, percorreu mais de 300 quilômetros para expor pela quinta vez suas cachaças artesanais, na Agrishow, feira que apresenta tecnologias e novidades para o agronegócio, em Ribeirão Preto (SP). De acordo com ele, o resultado financeiro é sempre muito satisfatório.

O percurso foi longo também durante a concretização do processo das bebidas feitas à mão, em uma chácara, em Santa Fé do Sul (SP). O produtor revela que não imaginava alcançar os números que tem hoje. “Com apenas mil litros produzidos de cachaça, hoje, viraram mais de 25 mil”, afirma.

Márcio lembra que foi assim que começou, em 1978, o projeto de cachaças artesanais, que, atualmente, oferece mais de 50 itens de bebidas. O pai dele, Mario da Fonseca Rosa, de 76 anos, era professor de educação física e química, mas, durante a safra anual, produzia por hobby, cerca de mil litros de cachaças, ou melhor, dois tipos pingas, a branca e a amarela.

Cachaça produzida em Santa Fé do Sul (SP) conquistou prêmios e está exposta na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Cachaça produzida em Santa Fé do Sul (SP) conquistou prêmios e está exposta na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Elas eram comercializadas por amigos, vizinhos e parentes. O preço era simbólico, de R$ 6 a garrafa PET de dois litros. “Naquela época, os clientes levavam a sua própria garrafa, pois não tínhamos um negócio padronizado. Até mesmo, porque o foco do meu pai não era produzir cachaça, e sim, educar e ensinar alunos”, destaca.

As vendas do seu Mario continuaram e o filho percebeu que o negócio, realmente, dava certo. Foi aí que resolveu investir no projeto do pai. Ele comprou novos equipamentos, fez cursos, aprendeu práticas da cachaça, além de aumentar o lucro da família.

“Desde 2007, conseguimos administrar com muita clareza e otimismo a produção e o rendimento das bebidas. O nosso lucro aumentou mais de 100%, pois, todos os anos, crescemos no faturamento e na qualidade, que é o principal foco”, diz Márcio.

Produtor de cachaça em Santa Fé do Sul (SP) aprimorou hobby do pai e conquistou mercados - Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Produtor de cachaça em Santa Fé do Sul (SP) aprimorou hobby do pai e conquistou mercados - Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

O ano de 2007 foi o marco para o negócio. “Eu gostaria de fazer um curso extensivo, em Araraquara (SP), para entender melhor o processo e os benefícios das bebidas, porém, uma das regras era participar de um concurso, de uma faculdade estadual, em que os participantes mostravam suas cachaças”.

Por coincidência e pela vontade de aprender a produção da bebida alcoólica, Márcio foi selecionado com a melhor cachaça artesanal do Estado de São Paulo. Até neste momento, a bebida do seu Mário não tinha nome. Ela foi escolhida durante o campeonato e ficou conhecida como Cachaça Artesanal Sabor da Estância – referência ao município de origem da família.

Durante a exposição na feira de agronegócios, o produtor de cachaças, tem orgulho de comentar com os clientes que tudo é feito à mão, na roça e, hoje, passa de geração para geração, a melhor cachaça do Estado de São Paulo.

“Tudo começou como um hobby, mas tornou-se um negócio bem sucedido e familiar. Também conseguimos empregar mais pessoas, o que gera uma boa economia. Ao todo, somos em nove pessoas e durante a safra, contratamos mais três pessoas temporárias, pois o trabalho aumenta. O bom de tudo isso é que o produto é feito artesanal, com muita qualidade”, diz.

Doces e queijos à venda em estandes de produtores artesanais na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Doces e queijos à venda em estandes de produtores artesanais na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Do leite, o queijo


A Arena do Produtor Artesanal, que reúne produtores de café, cachaça, doces e embutidos, durante a Agrishow 2019, tem Weber Cruvinel, de 41 anos, como um dos expositores.

Desde os seis anos de idade, Weber, acompanhava o seu avô Deusdet Elias Machado, nas fazendas e casas da região da Serra da Cadastra, em Minas Gerais, para entregar e vender o tradicional queijo branco.

O tempo passou e Weber cresceu. Ele se formou em agronomia, mas mesmo com dez anos de profissão não estava realizado. Ele largou o trabalho como agrônomo e resolveu voltar para a fazenda, que fica em Medeiros (MG), e fazer queijo.

Queijos produzidos em Medeiros (SP) ganharam prêmios de melhores do Brasil e estão expostos na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Queijos produzidos em Medeiros (SP) ganharam prêmios de melhores do Brasil e estão expostos na Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Comprou novas ordenhas que medem a temperatura e a qualidade do leite. Também procurou ajuda do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que, atualmente, faz análises de seis em seis meses na fazenda da família. São exames que verificam a água, o solo, o produto e os animais. Tudo para oferecer ao cliente um queijo com qualidade.

A partir de 2012, ele e a esposa começaram a fazer os produtos derivados de leite. Não eram os mesmos queijos de antigamente. Esqueça aquela peça branca, tipo frescal, ou o levemente amarelado meia cura. Eles investiram no queijo maturado em mofo branco, artesanal e gourmet, que podem durar meses, e que resultam em sabores diversificados.

O negócio deu tão certo que, no ano passado, a queijaria Três Reis, que começou com o seu Deusdet ficou em segundo lugar no Prêmio Queijo Brasil, da Associação Comer Queijo, em São Paulo, na categoria queijo em mofo branco.

Na Agrishow 2019, Weber Cruvinel apresenta queijos especiais produzidos em Medeiros, MG — Foto: Laura Scarpelini/G1

Na Agrishow 2019, Weber Cruvinel apresenta queijos especiais produzidos em Medeiros, MG — Foto: Laura Scarpelini/G1

“Do leite puro e sem conservantes, conseguimos trazer ao mercado novas especialidades de queijos. Por isso, investimos e estamos pela primeira vez na Agrishow para vender e expor nossos produtos, mas também pretendemos comprar equipamentos para melhorar o rendimento e a qualidade da produção”, diz Cruvinel.

A expectativa é vender R$ 10 mil em queijos durante os cinco dias de feira. “O local é ideal. Todos os tipos de agricultores estão aqui, e geralmente, eles gostam de queijo. Por isso, trouxe queijos maturados de diversos sabores, além de oferecer um sorvete de goiabada, queijo derretido e com calda de melado. A combinação fica perfeita”, garante o empresário.

Doce de leite do campo


Não é de hoje que sabemos que, com o leite é possível fazer várias receitas saborosas, principalmente com aquele da fazenda.

Foi isso que a família da Agda Rodrigues de Melo, 39 anos, fez. Eles tinham a fazenda, as vacas, o leite e os parentes para ajudar na produção. Juntaram todos e resolveram produzir doces de leite caseiros, para tentar aumentar a renda mensal.

A família de Agda Rodrigues de Melo produz doces de leite em Alpinópolis, MG - Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

A família de Agda Rodrigues de Melo produz doces de leite em Alpinópolis, MG - Agrishow 2019 — Foto: Laura Scarpelini/G1

Há 35 anos, a família de Agda, de Alpinópolis (MG), fabrica e comercializa o doce de leite na caldeira a vapor, sem conservantes. “É um doce artesanal, caseiro, suave e semelhante ao leite condensado. É uma receita que foi passando de geração para geração”, comenta a comerciante.

Dedicada ao negócio, ela conta que a família precisou investir no doce, por causa da situação financeira. “Tínhamos tudo e aproveitamos a oportunidade. Hoje, temos um retorno financeiro de 20% e aos finais de semana e feriados conseguimos lucrar 200% nas vendas, pois a nossa região é muito frequentada pelos turistas”.

Agda Rodrigues de Melo espera aumentar os lucros da produção de doces de leite caseiros em Alpinópolis, MG — Foto: Laura Scarpelini/G1

Agda Rodrigues de Melo espera aumentar os lucros da produção de doces de leite caseiros em Alpinópolis, MG — Foto: Laura Scarpelini/G1

Ela ainda relata a oportunidade de estar pela segunda vez na maior feira agrícola a céu aberto da América Latina. “Aqui encontramos clientes de todos os lugares, o que é muito bom, pois assim nosso doce é experimentado cada vez mais. Pretendemos vender mais de R$ 2 mil, apenas em doces”, relata.

O stand dos Doces Ventania também dispõe de produtos caseiros de Minas Gerais, como geleias, bebidas, embutidos, entre outros. Mas, o foco são os doces de leite caseiros, que têm a receita guardada a sete chaves.


fonte: G1/Ribeirão e Franca

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